Augusto em entrevista

Augusto em entrevista

Iniciaste a temporada como titular. À quarta jornada o Nuno “destronou-te”. No final do jogo em São Pedro do Sul lá estavas tu a “regar” os teus colegas com uma alegria contagiante. Como foi viver uma época com mais jogos no banco do que a titular?

Quem anda num desporto coletivo, tem de estar preparado para saber respeitar as opções da equipa técnica. O fato de não se jogar ao domingo não significa que a nossa ambição e objetivos deixem de fazer sentido. Existem muitas outras coisas que as pessoas que estão fora de um grupo de trabalho desconhecem, e que um jogador, para mais capitão de equipa, tem que desenvolver para que os que jogam ao domingo tenham as melhores condições possíveis, para que os resultados apareçam, e para que com isso o Clube consiga alcançar os seus objetivos.

Lima Pereira elogiou o teu espírito de conquista (em entrevista ao Jornal do Centro). Como foi a tua relação com o treinador?

Com o Mister Lima Pereira, desde o primeiro dia sempre tive uma relação direta e frontal. Com isto quero dizer que, como jogador sempre tentei dar o meu melhor, respeitando sempre as suas opções, e como Capitão de equipa e jogador com mais anos no clube (24 anos de Clube) sempre o tentei enquadrar no Clube, na Cidade e na divisão que estávamos a disputar. Respeitando a sua forma de comandar e de trabalhar também lhe dei a minha opinião sobre vários assuntos relacionados com o grupo de trabalho.

Alguma vez sentiste que a subida podia não acontecer?

Em relação à subida de divisão, existe uma época, 10 meses, em que pela minha cabeça passaram vários cenários. Sempre acreditei que seria possível, e mais o senti depois do jogo do Avanca.

Subiram Académico e Bustelo? Foram as melhores equipas, ou havia outras que mereciam mais?

Para mim o Bustelo é a típica equipa da 3ª divisão, que valia pela força do coletivo, principalmente em casa.

Penso que o Ac. Viseu, Nogueirense e Alba seriam as 3 melhores equipas no geral. Mas no futebol o que interessa são os resultados.

O facto de teres sido suplente teve influência na tua decisão de terminar a carreira ou já tinhas decidido de que esta era a tua última época?

O fato de ser suplente, para mim não teve influência em nada, uma vez que os meus colegas já o sabiam há muito. Tenho outros horizontes para o futuro, embora nesta fase tudo possa acontecer.

No final da época 08/09 dizias que com o Académico na II Divisão, antes de se pensar em outra subida devia-se estabilizar primeiro o clube. O que é certo é que na época seguinte o Académico desceu novamente. O que é necessário fazer para a história não se repetir?

Eu continuo a pensar da mesma forma. Não será a fazer como em 09/10, em que o clube sobe de divisão, e deixa no plantel dos que jogavam com normalidade 3, 4 jogadores. Foram buscar muitos jogadores e esqueceram-se da equipa.

Este ano estou por fora do que se faz e pensa no clube, por isso não vou tecer qualquer comentário, embora tenha a minha opinião.

Na tua última entrevista pedimos-te para falares dos guarda-redes que dividiram a baliza academista ao longo dos anos. Vamos fazer o mesmo, mas agora tendo em conta os últimos:

Paulo Freitas – foi o GR com quem me entendi melhor. Um amigalhaço

Rui Marcos – tive pouco contato com ele, uma vez que ele veio quando eu me lesionei, embora tenha a ideia que era bom GR e boa pessoa.

Nuno - foi a 2ª vez que trabalhei com ele. Penso que evoluiu muito e fez uma boa época. Na próxima época tem que continuar a evoluir

Portimão, Junho de 1993. Foi aí o início! Dezanove anos depois a pergunta que se impõe é, valeu a pena?

Claro que valeu a pena. Penso que quem faz o que gosta só tem de estar contente. Foram 24 anos a defender um clube.

Pelas nossas contas, no total, fizeste 289 jogos com a camisola no Académico. Queres realçar algum em especial?

Isso deixo para quem viu.

E agora que penduras as luvas… como vai ser o futuro? O Record dizia um dia destes que ias fazer parte da equipa técnica, é verdade?

Não vou fazer parte da equipa técnica. (ndr a pergunta foi feita ao Augusto antes de se saber a composição da equipa técnica)

A baliza do Académico fica bem entregue ao Nuno?

Como disse atrás, o Nuno tem que continuar a evoluir, para que possa lutar pela baliza do Ac. Viseu.