domingo, novembro 27, 2011

SC Penalva do Castelo 1-1 Ac.Viseu FC

Parque Desportivo de Sant´Ana, 27 de Novembro de 2011
10ª Jornada da III Divisão, Série C
Árbitro: Luís Ramos (Viseu)
Penalva do Castelo: Vareiro, Nélson, Sérgio, Diogo Sousa, Califo, Gamarra, Bruno Loureiro, Mika (Reuss, 77), Mateus (Chico Pereira, 65), Papy (Bernardo, 80) e Luís Cardoso. Treinador: Totá.
Ac. Viseu: Nuno; Marco Almeida, Calico, Tiago Gonçalves e Casal (Baio, int); Álvaro, João Paulo (Hélder Rodrigues, int) e Ricardo Ferreira; Luisinho, Rui Santos (Dede, 80) e Bacari. Treinador: António Lima Pereira.
Golos: Luís Cardoso 8 (1-0), Baio 83 (1-1)

Não é fácil passar para palavras os sentimentos que nos invadem, quando vemos um jogo como de hoje. Desilusão e gratidão talvez sejam esses os sentimentos certos.
A grande surpresa no onze academista, se é que podemos chamar de surpresa, foi a inclusão de Rui Santos que regressou, assim, à condição de titular muito tempo depois.
O primeiro sinal de relativo perigo, foi dado pelo ex academista Mateus mas, na jogada seguinte, Vareiro (que esteve à experiência no Académico de Viseu no início da época) travou em falta Luisinho, dentro da grande área, lance que deu grande penalidade que teve tanto de justa como de desnecessária. Aos 4 minutos o Académico podia inaugurar o marcador mas Ricardo Ferreira denunciou tanto o remate que fez com que Vareiro passasse de vilão a herói. Balde água bem gelada nas aspirações academistas.
Pouco depois, aos 8 minutos ou por lá perto, o Penalva do Castelo chegou ao golo. Um golo onde ninguém da defesa academista, incluindo o guarda redes, ficou bem na fotografia; cruzamento à vontade da esquerda, buraco no centro da defensiva, Nuno até chocou com Casal, e Luís Cardoso de cabeça fez o um a zero para o Penalva.
È a partir daqui que o cronista fica desiludido. Pelo erro defensivo? Também, mas não só. Desiludido sobretudo porque o Académico, como o resultado lhe impunha, não pegou no jogo, não empurrou o adversário para o seu meio campo defensivo, porque o mostrou uma gritante falta de atitude e também uma gritante falta de ideias. Dou o exemplo Luisinho, o homem ainda a esta hora deve estar com dores nos braços de tanto pedir a bola no flanco esquerdo, mas o Académico apenas afunilava o jogo com passes e decisões sem grande sentido.
Apesar disso tudo foi o Académico a equipa a estar mais perto do golo na primeira parte. Naquela que, para mim, foi a melhor jogada do desafio, Rui Santos (parece estar a regressar) atirou ao ferro da baliza de Vareiro. Ao intervalo: Penalva 1-0 Ac. Viseu.
Tinha que mudar o Académico para a segunda parte. E Mudou, para muito melhor! Saíram os apagadíssimos Casal e João Paulo e entraram Hélder Rodrigues e Baio. Ricardo Ferreira desceu para defesa esquerdo (na minha opinião a melhor opção para esse lugar já que Jorge pelos vistos não conta), Baio juntou-se a Bacari na frente de ataque, Luisinho numa ponta, Hélder Rodrigues na outra e o meio campo entregue a Álvaro e Rui Santos.
È aqui que entra o sentimento de gratidão. Em toda a segunda parte, mesmo com uma ou outra má decisão, todos os jogadores academistas lutaram, esforçaram-se e deram o litro. Lutaram contra uma defesa muito bem liderada pelo eterno Sérgio (que traulitada que ele deu no RS10) e lutaram contra o anti jogo caseiro.
Dou dois exemplos desse anti jogo. Primeiro Califa, caiu bem perto da lateral e pareceu fulminado por um raio, contorceu-se com muitas dores, tantas dores que nem deu para se arrastar 5 centímetros para fora das 4 linhas. Assim que chegou fora do campo… ressuscitou! Depois Luís Cardoso; este magoou-se mesmo no nariz e ficou a queixar-se fora do terreno de jogo. Pediu assistência aí? Qual quê… entrou de novo para o campo e mandou-se para o chão.
Mas voltemos ao jogo ao fim e ao cabo o que mais interessa. E aí, no campo, o Académico foi dono e senhor do jogo até ao minuto 83. Faltou nessa altura algum discernimento para tomar as melhores atitudes e faltou sorte quando, pouco depois do minuto 60, Baio correspondeu com uma cabeçada ao poste a um cruzamento de Hélder Rodrigues.
Entretanto já com Dede em campo (saiu Rui Santos) o Penalva podia mesmo ter chegado ao 2-0 se Califo não tivesse desperdiçado uma grande penalidade. O certo é que se escreveu direito sobre linhas tortas, pois Nuno não fez penalty, a única coisa que houve foi um salto magnífico para o chão, um salto que faria corar de vergonha o Nélson Évora.
Aqui repetiu-se o que se passou na primeira parte. Não marcou o Penalva de penalty, marcou o Académico pouco depois. Livre de Álvaro do lado direito e cabeça fulminante de Baio a dar o empate.
A partir daí assistiu-se à melhor fase do encontro. O Académico e o Penalva quiseram o golo da vitória. Baio baixou para defesa esquerdo, Ricardo Ferreira e Dede fecharam no meio campo. Houve bola lá e bola cá, houve vontade de finalmente dar verdadeiro espectáculo. Mas já era tarde para isso.

Nota final: a bancada do Parque de Santana estava lotada. No estádio os academistas estavam em grande maioria. Viu-se no golo mas não se viu no decorrer da partida. Da bancada poucos gritos de incentivo vinham. Foi pena…

José Carlos Ferreira, sócio 525 do Académico de Viseu

8 comentários:

Anónimo disse...

Resultado aceitável, justo face ao futebol desenvolvido, por ambas as equipas. Muito público, tempo excelente, boa arbitragem.

De relevar o regresso de Rui Santos, à titularidade e com uma grande oportunidade de golo num remate espantoso ao ferro, sem defesa!

O Académico entrou bem e de imediato teve uma oportunidade flagrante, uma grande penalidade, não concretizada, só acontece a quem marca, por isso nada a dizer.
Quem não marca arrisca-se a sofrer, e hoje essa máxima aplicou-se e bem em Penalva. O Académico não marcou e passado pouco tempo sofre o 1-0. Até final da 1ª parte pouco mais se viu de ambas as equipas, mas o Académico esteve ainda assim, pior, e até ao intervalo praticamente nada de relevante criou, a não ser um grande remate ao ferro de Rui Santos, já referido e uma confusão na área do Académico que poderia ter dado o 2º ao Penalva. Chegou o intervalo e Lima Pereira, ausente do banco, mas sempre presente e atento, nas bancadas, terá certamente dito que assim não podia continuar e assim não continuou. O Académico faz 2 substituições de um assentada, entra Baio e Hélder Rodrigues por troca com Casal e João Paulo. Ou seja o Académico, a perder, arriscou e o Futebol mudou radicalmente, Hélder Rodrigues trouxe outro dinamismo e o Académico empurrou o Penalva para a sua grande área, só dava Académico. Ainda assim, oportunidades flagrantes eram raras, mas o Académico começava claramente a justificar o empate. Eis que num contra golpe um jogador do Penalva aparece isolado sobre a meia direita e o nosso guarda-redes, no entender do árbitro faz penalti, estava longe, mas aceito a decisão. O jogador do Penalva remata muito por cima (e faz 3 pontos para o País de Gales) e assim, o 2-0 esfumou-se. O Académico continua a jogar bem e quase logo de seguida chega ao empate num livre marcado sobre a meia direita, para o centro da área, onde aparece Baio de cabeça a finalizar.

Pouco mais de relevante aconteceu até ao fim e há que dizer, em abono da verdade, que o Acadêmico acaba por ter sorte na ponta final (pênalti falho e de seguida faz golo), faz uma má primeira parte, retifica na 2ª e o empate acaba por se ajustar.

Há que aproveitar estes 15 dias para melhorar e agora nos jogos em casa, a sua maioria, aparecer desde o início com um postura claramente mais ofensiva de forma a somar os 3 pontos em cada jogo e a marcar mais golos, de forma que as vitórias apareçam de forma natural e mais tranquila.

Não esquecer que o Académico, em 10 jogos, ainda só fez 4 no Fontelo, pelo que agora até ao fim da 1ª fase, em 12 vai ter 7 no Fontelo e apenas 5 fora, há que aproveitar bem para jogar e marcar.

Força Académico!

Carlos Silva

domingo, 27 novembro, 2011
Marco Gomes disse...

Pensando no campeonato este empate não deixa de ser um bom resultado. Já jogámos fora contra alguns dos (supostos) candidatos e não perdemos. Infelizmente alguns resultados menos conseguidos fazem com que não estejamos já em 1º (nogueirense em casa o mais gritante). Espero que no fim isso aconteça e o regresso à 2ª divisão seja uma realidade.

Relativamente ao jogo, gostava de perguntar o que acharam do Ricardo a lateral esquerdo e do Rui Santos a jogar no meio do campo e não na ala. Acho que estas posições (LE e 10) são as mais carenciadas no nosso plantel.

Saudações academistas.

segunda-feira, 28 novembro, 2011
Joao Monteiro disse...

Observação extremamente interessante caro Marco Gomes. O Ricardo a lateral esquerdo parece-me que pode ser uma solução muito interessante, e quiçá a mais eficaz. Quanto ao nosso mágico no meio-campo, também me parece que pode ser benéfico para a equipa, uma vez que o Ricardo e João Paulo são jogadores semelhantes.

segunda-feira, 28 novembro, 2011
Anónimo disse...

Plenamente de acordo, Ricardo defesa esquerdo, Rui Santos na linha média.

Pedro Correia

segunda-feira, 28 novembro, 2011
Anónimo disse...

E que tal: o Académico contratar o Califa. Bom lateral esquerdo.
Força Académico.

segunda-feira, 28 novembro, 2011
Joao Monteiro disse...

Do Penalva o Califa era uma boa contratação, também concordo. Ficávamos com um lateral esquerdo muito certinho e promissor. Além do Sérgio (que nunca deveria ter saído), o avançado Luís Cardoso e o médio Bruno também poderiam acrescentar algo ao nosso plantel!

terça-feira, 29 novembro, 2011
José Carlos Ferreira disse...

São jogadores do Penalva e não do Académico logo não faz sentido, na minha opinião, dizer que devíamos ir buscar este ou aquele. Califa e Luís Cardoso bons jogadores? Jogaram bem no domingo. Mas são tão fiteiros…

terça-feira, 29 novembro, 2011
ribeiro disse...

o luis cardoso porque houve alguem da direçao do academico, porque ele vinha ganhar menos no academico do que ganha em penalva

terça-feira, 29 novembro, 2011